quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Critica VICTOR WOOTEN - Yin -Yang

Caros amigos, sendo esta a minha primeira critica neste distinto blog nada como começar com um dos meus discos e músicos preferido.

Este álbum foi editado no ano de 1999 e tem a particularidade de ser um álbum duplo:


Yin - Instrumental


Yang - Vocalizado


Por oposição ao dois anteriores álbuns do Victor, esta é uma gravação menos exuberante, mostra uma maior maturidade e uma procura em fazer musica que possa ser apreciada por pessoas que desconheçam as fabulosas técnicas utilizadas por um dos melhores baixistas da actualidade, no entanto possui para os apreciadores desse grande instrumento que é a guitarra baixo, elementos que fazem apreciar cada segundo e "groove" deste álbum.


Começando pelo primeiro disco temos musicas que vão desde o mais lento e comtemplativo até a musicas mais "funky" e cheias de "groove", repletas de solos impressionantes que mostram o domínio do instrumento por parte do autor.

O segundo cd tendo musicas cantadas quer pelo próprio Victor e por músicos convidados tem na faixa 4 a melhor colaboração entre todas as musicas, Allyson Taylor faz um trabalho fantástico seguida de perto por um baixo profundo e emotivo do Victor. Temos ainda a colaboração de outro monstro do baixo, desta vez na voz o famoso Bootsy Collins.

Uma surpresa que encontramos nestes dois discos é a faixa 2, que sendo a mesma musica ("Yinin' & Yangin'") podemos observar o que o Victor faz dela no registo cantado e no registo instrumental, simplesmente divinal. Na parte instrumental temos uma aproximação mais convencional existindo um solo cheio de emoção e minha minha opinião muito bem conseguido. Na versão cantada temos apenas bateria e baixo sendo que Victor utiliza uma técnica que o tornou famoso, "Two-Hand Tapping", onde utilizando as mãos para percutir as cordas do baixo na zona do braço, consegue fazer o registo grave e agudo enchendo a musica de uma forma extremamente elegante.

De destacar dois músicos fabulosos que Victor convidou para este álbum, Carter Beauford e Béla Fleck que respectivamente na Bateria e Banjo fazem maravilhas, principalmente na faixa "Zenergy" do primeiro disco.

Acho que este é um disco muito completo que mostra que Victor Wooten consegui dar o pulo de "Bass Hero" para um compositor de méritos próprios e é ideal para uma primeira aproximação ao universo Victor Wooten por parte de alguém que não venha da vertente Baixo solo.

Crítica a Call Girl


Com a crescente evolução do cinema português, e as descabidas critícas infundamentadas dos filmes realizados e produzidos em Portugal, sinto-me praticamente obrigado a fazer a crítica ao - Call Girl - que ainda roda pelas várias salas de cinema do país.
A dita crítica é não profissional, não de "crítico"(o que quer que isso seja) e muito menos de alguém que percebe de cinema. Vale o que vale, mas mais há a dizer do Call Girl, que referências às maminhas da Soraia Chaves, ao palavreado tão português, às intelectuais comparações com Tarantino e Almodôvar...etc e tal.
Fica assim a opinião, sem ordem, mas pelas relevâncias:
-Argumento. Não é um argumento originalissímo (e não é por existir um livro com o mesmo nome) nem uma cópia. Não é um conto furjado nem enferrujado. É simplesmente uma história escrita para um filme com uma boa dose de bom senso, realidade e perspectiva realística. Com sinceridade, não é um empolgante enredo, mas está criada e reproduzida para nos despertar a vontade de a ver até ao fim. Parabéns ao Sr. Tiago Santos - vale sempre a pena esperar.
-Imagem. Já à algum tempo que a imagem dos filmes portugueses me angustiava, como se, se tratasse duma nossa (portuguesa) incapacidade. Agora vejo um filme decente, natural, com uma velocidade de rodagem boa! Pecado - excesso de luz, mais acentuadamente nas cenas ao ar livre.
-Fotografia. Excluindo raras excepções, e aqui terei de ser duro, a fotografia é fraca. A falta de boas perspectivas e planos de contraste foi muito perceptível. (custa-me acreditar que seja tão difícil colocar uma câmara por detrás ou por cima de qualquer coisa)
-Som. Este é bastante razoável, com nitidez acima da média portuguesa, salientando-se o "palco sonoro" (perto/longe/profundidade) das vozes. Não sei se foi da sala onde assisti, mas só o canal central funcionou, não existindo ambiência se é que posso chamar assim ao dito surround. Se não tem é uma falha, se tem, as minhas sinceras desculpas e mais uma razão para o som ter sido ainda melhor.
-Banda Sonora. Não é excelente ao ponto de se querer comprar o cd do filme, mas é boa, porque preenche os vazios e complementa o ambiente proporcionado pelos bem escolhidos cenários. Também não me ficou nenhuma música no ouvido, mas lembro-me que estava lá.
-Actores. Nenhum dos actores principais, presentes, carece da minha simpatia, o que era por si só um mau princípio. Mas, parabéns! Fiquei verdadeiramente surpreendido com a humildade na representação da Soraia Chaves, que se descola eficazmente do facto de ter de representar o corpo, e mais ainda da forma como se desembrulha neste papel da popularidade que lhe é dada. O "nosso" caro Nicolau, deixa-me boquiaberto porque como eu nunca tinha visto, deixa de ser o Nicolau Breyner para ser a personagem. O Joaquim d'Almeida, bom, mas muito igual a ele mesmo no que toca a qualquer comparação com os seus últimos filmes. Sr.Ivo Canelas. Sem opinião formada, vejo-me abraços com uma boa representação cinematográfica (se é que posso dizer isto) com "pernas para andar". Os Outros e sem ofensa por não referência dos nomes, com muito boa complementarização dos ditos principais. Nota negativa - Joaquim Leitão - é melhor realizar...
-Realização. Sr. António Pedro volta a mostrar acima de tudo que é líder e professor, pelo menos na forma como eu vejo que consegue mudar quase tudo. Boa coordenação de actores versus personagens. Muito boa articulação da história, cenas e cenários. (aqui nota menos boa, para o início(10min) do filme - contextualização das personagens).
Dum ponto de vista sincero, e não sei porque me fica esta ideia, só trabalha com gente capaz de ser humilde e com forte vontade de ser melhor. Parabéns pela subentendida dedicação.
Em conclusão, ou em jeito de, um filme a ver. Português de Portugal, de portugueses em Portugal. Para mim, assim vale a pena ver cinema português.
Fica a pergunta usual, do porquê e quais os cortes?
Abraços, e sem ofensas...