quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Crítica a Call Girl


Com a crescente evolução do cinema português, e as descabidas critícas infundamentadas dos filmes realizados e produzidos em Portugal, sinto-me praticamente obrigado a fazer a crítica ao - Call Girl - que ainda roda pelas várias salas de cinema do país.
A dita crítica é não profissional, não de "crítico"(o que quer que isso seja) e muito menos de alguém que percebe de cinema. Vale o que vale, mas mais há a dizer do Call Girl, que referências às maminhas da Soraia Chaves, ao palavreado tão português, às intelectuais comparações com Tarantino e Almodôvar...etc e tal.
Fica assim a opinião, sem ordem, mas pelas relevâncias:
-Argumento. Não é um argumento originalissímo (e não é por existir um livro com o mesmo nome) nem uma cópia. Não é um conto furjado nem enferrujado. É simplesmente uma história escrita para um filme com uma boa dose de bom senso, realidade e perspectiva realística. Com sinceridade, não é um empolgante enredo, mas está criada e reproduzida para nos despertar a vontade de a ver até ao fim. Parabéns ao Sr. Tiago Santos - vale sempre a pena esperar.
-Imagem. Já à algum tempo que a imagem dos filmes portugueses me angustiava, como se, se tratasse duma nossa (portuguesa) incapacidade. Agora vejo um filme decente, natural, com uma velocidade de rodagem boa! Pecado - excesso de luz, mais acentuadamente nas cenas ao ar livre.
-Fotografia. Excluindo raras excepções, e aqui terei de ser duro, a fotografia é fraca. A falta de boas perspectivas e planos de contraste foi muito perceptível. (custa-me acreditar que seja tão difícil colocar uma câmara por detrás ou por cima de qualquer coisa)
-Som. Este é bastante razoável, com nitidez acima da média portuguesa, salientando-se o "palco sonoro" (perto/longe/profundidade) das vozes. Não sei se foi da sala onde assisti, mas só o canal central funcionou, não existindo ambiência se é que posso chamar assim ao dito surround. Se não tem é uma falha, se tem, as minhas sinceras desculpas e mais uma razão para o som ter sido ainda melhor.
-Banda Sonora. Não é excelente ao ponto de se querer comprar o cd do filme, mas é boa, porque preenche os vazios e complementa o ambiente proporcionado pelos bem escolhidos cenários. Também não me ficou nenhuma música no ouvido, mas lembro-me que estava lá.
-Actores. Nenhum dos actores principais, presentes, carece da minha simpatia, o que era por si só um mau princípio. Mas, parabéns! Fiquei verdadeiramente surpreendido com a humildade na representação da Soraia Chaves, que se descola eficazmente do facto de ter de representar o corpo, e mais ainda da forma como se desembrulha neste papel da popularidade que lhe é dada. O "nosso" caro Nicolau, deixa-me boquiaberto porque como eu nunca tinha visto, deixa de ser o Nicolau Breyner para ser a personagem. O Joaquim d'Almeida, bom, mas muito igual a ele mesmo no que toca a qualquer comparação com os seus últimos filmes. Sr.Ivo Canelas. Sem opinião formada, vejo-me abraços com uma boa representação cinematográfica (se é que posso dizer isto) com "pernas para andar". Os Outros e sem ofensa por não referência dos nomes, com muito boa complementarização dos ditos principais. Nota negativa - Joaquim Leitão - é melhor realizar...
-Realização. Sr. António Pedro volta a mostrar acima de tudo que é líder e professor, pelo menos na forma como eu vejo que consegue mudar quase tudo. Boa coordenação de actores versus personagens. Muito boa articulação da história, cenas e cenários. (aqui nota menos boa, para o início(10min) do filme - contextualização das personagens).
Dum ponto de vista sincero, e não sei porque me fica esta ideia, só trabalha com gente capaz de ser humilde e com forte vontade de ser melhor. Parabéns pela subentendida dedicação.
Em conclusão, ou em jeito de, um filme a ver. Português de Portugal, de portugueses em Portugal. Para mim, assim vale a pena ver cinema português.
Fica a pergunta usual, do porquê e quais os cortes?
Abraços, e sem ofensas...

2 comentários:

quETzalcoatl disse...

se começasse a fazer a critica a esse filme, que não vi nem verei, discorria até não haver mais espaço na caixa de comentários...


seja como fôr recomendo é que descubras os filmes dum senhor multifacetado chamado alejandro jodorowsky

podes cumeçar por sacar the holy mountain só para abrir o apetite...

Rita disse...

Este comentário em nada está relacionado com este post. talvez lhe fizesse bem ver cinema portugues, talvez lhe fizesse bem ler e estar atento. É somente um reparo, qdo se critica é razoavel q se fundamente, q se saiba do q se fala...Ah!! E...esteja mais atento aos erros ortograficos!!Já agora o argumento do filme que sem ver lhe parece mto esqueroso tem um argumento bem elaborado, nao fosse o argumentista um bom escritor